Esta é a foto mais antiga que consegui da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Quipola, em Moçãmedes, e das festividades ali realizadas anualmente, no dia 08 de Dezembro. Repare-se no aspecto engalanado do local, nas charretes encostadas à parede lateral da capela, e no recinto à direita (mancha escura em forma de quadrado), espécie de estrado coberto a folhas de bananeiras, onde decorria após a missa e a procissão, o bailarico.
Quanto
à data exacta em que foi construída esta Capela, encontrámos o seguinte
texto que sugere que a mesma já existia em 1884.
"...Em 3 de Outubro de 1884, efectuaram-se novas provas de exame em Moçâmedes.
"...
Além das provas de ensino primário elementar, havia uma aluna que fazia
exame de Francês, e era exactamente a filha do governador Sebastião
Nunes da Mata, de nome Beatriz da Conceição da Mata.
"... O prémio referido, de noventa mil reis, foi dividido em quatro fracções, cada uma delas atribuída a um aluno.
"...A
filha do governador foi também premiada. O coronel Sebastião Nunes da
Mata levantou-se e pediu licença ao júri e à Câmara Municipal para
oferecer a importância do prémio concedido à sua filha à capela de Nossa
Senhora da Conceição, da Quipola. Declarava que esta atitude não
diminuía o seu reconhecimento às pessoas relacionadas com esse prémio,
nem a satisfação que tivera por a sua filha ter sido distinguida, assim
como não significava desacordo com qualquer das decisões tomadas. Fonte deste texto
Ainda nos finais dos anos 40, início dos anos 50, mantinha-se viva a tradição da romagem à capela da Nossa Senhora da Conceição do Quipola, romagem essa que reunia grande número de crentes e de não crentes, sendo para tal posto à disposição da população um comboio que assegurava as idas e vindas, sobretudo nesses tempos mais trás, quando não havia automóvel.
A chegada de peregrinos transportados no ronceiro "Camacouve"....
Peregrinos caminhando em direcção à Capela...
Peregrinos e visitantes, passando por entre os mastros embandeirados erguidos no local
Era gratuitamente, que o Caminho de Ferro de Moçâmedes transportava os peregrinos, ajudando a impulsionar a festa. Ao comboio, chamavam-lhe o «Camacouve» devido à morosidade dos percursos, e à pouca velocidade com que caminhava. Imagine-se, demorava o dia inteiro para completar os cerca 240 Km que separavam Moçâmedes de Sá da Bandeira. Ultrapassado sim, mas estimado, pois era através dele que a população ia tendo acesso a percursos mais longos, e a este topo de festividades, em que à boa maneira portuguesa "sagrado" e "profano" se misturam. Ou seja, a peregrinação incluía uma «missa campal» seguida de procissão, os fiéis recebiam a comunhão, cantavam "ossanas", rezavam o terço, e culminava num arraial em recinto de terra batida, enfeitado com mastros, bandeiras, dísticos, folhas de palmeiras, onde se erguiam pavilhões, barracas (alvo jogos de argolas e cavalinhos), tômbolas, etc, etc, que vendiam de tudo: estatuetas, rifas, objectos variados, gulodices, comidas, bebidas, tabaco, cigarros, etc. etc. E assim as gentes de Moçâmedes iam quebrando a rotina do quotidiano.
Esta foto mostra-nos o muito estimado e popular padre Guilhermino Galhano, no fim da missa campal, a organizar os peregrinos para a incorporação na tradicional procissão. O Padre Galhano era um padre moderno que foi "carola" do Ginásio Clube da Torre do Tombo e do futebol, modalidade que ele próprio praticou, descontraidamente, lado a lado com os jovens daquele clube pioneiro. Sabia chamar a si os jovens e as crianças da terra, e não se inibia em jogar futebol com elas, aos domingos, após a missa e a catequese, vestido de batina branca e meias pretas, com suas longas barbas negras o distinguia dos demais. Os jogos decorriam no descampado que ficava entre a Igreja Paroquial de Santo Adrião e o Palácio do Governador.
O momento solene da missa campal
O momento da procissão. Procissão e festividades sempre tinham a participação tanto de europeus como de africanos (kimbares)
O ponto culminante da festa era o baile, que decorria sobre um estrado de madeira, onde gente de todas as idades se divertia ao som da velha concertina, ou do gramofone, que altifalantes pendurados nas árvores das redondezas faziam ecoar as modinhas mais em voga. Mas havia outros entretenimentos. Um pouco mais adiante, jovens e criança divertiam-se disputando as tradicionais corridas do saco, do ovo e da colher, tiro ao alvo, corrida de cavalinhos, etc.
Havia ainda o concurso do «pau ensebado», especialmente apreciado pelos africanos "quimbares", que decorria no largo frontal à Capela, onde era colocado um mastro de madeira com cerca de 8 metros de altura, impregnado de sebo, no topo do qual era pendurada uma garrafa de bebida (brandy, vinho do porto, aguardente, vinho tinto, etc) que desafiava a quem ousasse subir para a ir buscar. Este concurso era sempre ganho pelos "quimbares", cuja estratégia era, para não escorregarem, levavam areia nos bolsos das calças de forma a que, de quando em quando pudessem esfregar as mãos e subir um pouco mais, até alcançarem o precioso líquido colocado a prémio. Mas não eram apenas quimbares (povo africano e aportuguesado da zona) que se juntavam aos portugueses nestas romarias. Era raro, mas um dia aconteceu, contava-se na cidade, que ao estrado de dança subiu uma mulher etnia cuanhama que dançou com um algarvio (Manuel de Faro), proporcionando um delirante e ovacionado espectáculo. Digo raro, porque o cuanhama embora se encontrasse num estádio civilizacional mais avançado que o mucubal ---povo pastoril, nómada ou semi-nómada, que mantinha as suas tradições, vivia da pastorícia, andava semi-nú, e era resistente à integração----não se encontrava completamente integrado nos usos e costumes portugueses.
.

Antes de regressar a casa, este grupo de estudantes de Moçâmedes e suas famílias posam para a posteridade junto do comboio que os iria transportar. De entre os estudantes, vestidos com a farda da Mocidade Portuguesa, o mais alto, mesmo em frente, trata-se do João Luis (Nico) Maló de Abreu que mais tarde iria para a Metrópole prosseguir os estudos e em simultâneo alinham pela Acadêmica (guarda-redes de futebol). Da esq. para a dt reconheço o Soares, o Carlos Ferreira (Miroides), o Pedro da Costa Gomes. De entre os adultos recoheço: Júlia Almeida, Alice de Freitas, Idalinda Ferreira, Etelvina Ferreira, Odete Maló de Almeida, Iolanda de Freitas
Esta
foto que se pensa datada de 1920/30, foi tirada
em Moçâmedes, por ocasião de uma dessas peregrinações anuais à Capela de
Nossa
Senhora da Conceição do Quipola, e deixa pressupôr pela indumentária,
tratar-se de um grupo
de "elegantes" da classe média de então. Uma indumentária que não fica
atrás daquela que na mesma época era exibida em Lisboa e mesmo em Paris.
Enquadra-se na "Belle Epoque", período decorrido entre os anos
1880 e o início da I Guerra Mundial (1914-18), em que floresceu nos
países europeus ocidentais, a partir de França, toda uma cultura de
lazer e de bem estar, em que a moda teve papel relevante. A moda
feminina
tinha dado um grande salto, os vestidos já não eram até aos pés, mas a
meia perna ou pelo tornozelo. As
senhoras usavam chapéus de vários feitios, abas largas, abas estreitas,
já não apenas para se protegerem do sol, mas porque o chapéu passara a
servir de distinção de classe e de função social. Também a moda
masculina tinha mudado, os
homens usavam colarinho branco, gravata, e chapéu, preferencialmente o
"chapéu de côco" que podia ser de feltro
castanho ou cinzento, ou de palha branco. Moçâmedes como se pode ver
tinha as suas e os seus "elegantes" que nessa altura, através dos
"Armazéns
Primavera" (1), mandavam vir as suas toilletes dos " Armazéns Printemps"
de Paris, um ponto de referência existencial para aqueles que estavam
sintonizados com os ares
da Belle Époque (2).
Os nossos "elegantes" pagavam as suas encomendas com produtos que
Moçâmedes exportava para o exterior, que serviam de moeda de
troca. Na década de 20 e 30 exportava-se para o
mercado
italiano e para os Congos-Belga e Francês e Gabão, conservas de alta
qualidade que competiam com as de outras origens por serem mais
baratos, e em troca, muitas vezes chegavam a Moçâmedes produtos de vários géneros. 83)
Estas festividades, que remontam aos tempos em que as pessoas ainda se deslocavam em tipóias, charretes, de boi-cavalo e até de carroças boers, atingiram o auge nos anos 1920-30, mantiveram-se firmes na década de 1940, e foram aos poucos perdendo o brilho, até que no decurso da década de 1950, com as novas formas de lazer que foram surgindo em Moçâmedes, começaram a perder o brilho, até acabaram por se extinguir. Mas sem dúvida, elas ajudaram durante o tempo que duraram a tornar mais agradável a vida da população, proporcionando momentos de fé religiosa misturados e momentos de lazer e folia, sempre bem vindos a uma população carente de festas e distracções que lhes aliviasse a rotina do quotidiano. Não admira, se pensarmos que ainda nos finais dos anos 1940 em Moçâmedes, muitas casas eram iluminadas a petróleo, os aparelhos de rádio (ou telefonias) ainda eram alimentados a bateria, e, assim sendo, às 8 e 9 horas da noite já estava toda a gente na cama. Como não aproveitar todas estas ocasiões?
MariaNJardim
(1) Os "Armazéns
Primavera" ficavam no rés do chão
do edifício da família Zuzarte de Medonça Torres, na Rua dos Pescadores , por detrás da Alfândega , que conhecemos como Hotel Central,
fazendo esquina com a Rua 4 de Agosto. Estes Armazéns recebiam encomendas das nossas e dos nossos
"elegantes" da época. Segundo testemunhos daqueles que viveram esta época, Moçâmedes possuía uma bela casa de espectáculos, o Cine
Teatro Garrett, situado no local onde mais tarde foi erguida a sede do Atlético Clube de Moçâmedes, na Rua Calheiros. Era uma casa de espectáculos estilo Teatro S Luís, salvaguardando é claro as devidas distâncias, com seus camarotes, suas frisas, seus reposteiros de veludo vermelho, sua decoração dourada etc etc., e toda uma ambiência levava alguns espectadores a vestirem-se a condizer para assistirem a espectáculos de Teatro e até a filmes em Cinema mudo. Ali realizavam-saraus de todo o género,
frequentados pela "gente fina" do burgo, que aproveitava para exibir o
seu estatuto real ou elaborado. Era uma época de ouro na Europa, proporcionada pelas invenções tecnológicas, com o
avanço da Revolução Industrial: telefone, telégrafo sem
fios, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, etc., que inspiravam
novas percepções da realidade e tornavam a vida mais agradável. Pelo
comboio chegavam ao Portugal metropolitano, vindas de Paris, as últimas novidades.
Paris, referencial de vida para os intelectuais de todo o
mundo, cidade dos cabarés, dos cafés-concerto, das operetas, das
livrarias, dos teatros, dos boulevards do cancan e da alta costura... Alguma influência destes modismos foi chegando à longínquia Moçâmedes, a pequena cidade de gente simples, mas que sempre teve os seus e as suas "elegantes"!
(2) Época de ouro, proporcionada pelas invenções tecnológicas, com o
avanço da Revolução Industrial: telefone, telégrafo sem
fios, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, etc., que inspiravam
novas percepções da realidade e tornavam a vida mais agradável. Pelo
comboio chegavam a Portugal, vindas de Paris, as últimas novidades.
Paris, referencial de vida para os intelectuais de todo o
mundo, cidade dos cabarés, dos cafés-concerto, das operetas, das
livrarias, dos teatros, dos boulevards do cancan e da alta costura...
Ficam estas recordações.
MariaNjardim
Coloco a seguir alguns testemunhos e algumas poesias de moçamedenses sobre a citada peregrinação:
Eu lembro-me como se fosse hoje. Apanhámos o comboio, de carvão ainda! E quando finalmente chegamos trilhamos aquele terreiro de cor farrusca, onde o cheiro dos assados persistia a me abrir o apetite, mas era garoto e não tinha dinheiro! Passei lá uma tarde maravilhosa com os meus irmãos! Mais tarde a caminho de Moçâmedes a rapaziada entusiasmada cantava uma canção que só ouvi uma vez mas nunca mais esqueci:
Quem quizer ver
é só ir à Quipola.
Comer churrasco
e beber coca-cola!
Pergunta ao João
ele sabe a picada
ele sabe a morada
do meu barracão...
Pergunta ao João...
(paro por aqui... porque a emoção é bastante elevada!)
Estavamos em 1966 (penso)
tony araujo
in Mazungue
***
Outros poemas dedicados a estas festividades:
Em marcha lenta
o comboio lá vai...
Voltámos a Angola
numa doce oração...
aquecemos o coração
com a Senhora do Quipola...
A tal urbe abençoada,
com fulgor, em romaria...
pede à Senhora do povo
um esgar de calmaria...
desejo de mundo novo!!!
Em marcha lenta
o comboio lá vai...
Cada um faz a oração
à benção do vinho e do pão...
entre comes e bebes
a Festa esquenta...
tudo mais se inventa...
bailarico p'ros imberbes
há vivas ao mais folião...
há caçador de coração...
estamos no Quipola...
a assentar a meninice
a reunir a mocidade
a rever a traquinice
da tal palavra Saudade
da Menina-Mãe ANGOLA!!!
em marcha lenta
o comboio lá vai...
(recordando...)
Aileda (in Sanzalangola)
***
À Sr.ª da Quipola
Dia da nossa Senhora da Quipola
Que Moçamedense não esquece
Passem lá os anos que passarem
O nosso coração nunca arrefece
Surgem lembranças bem marcantes
Recupera-se o tempo da mocidade
Revive-se cada ano a lembrança
E rola uma lágrima de saudade
Mesmo á entrada da Cidade
Numa simples casinha amarela
Nossa Senhora vai abençoando
Quem passa ou entra na Capela
Era repouso de cada visitante
Na alegria ou revés para louvar
Era fonte do peregrino sequioso
Quando Nela, se queria sedentar
Era a festa, a romaria a procissão,
A homenagem à Senhora nossa Mãe
Por te sabermos nossa protectora,
Nunca te esqueceremos também.
Manuela Lopes
CURIOSIDADES
é só ir à Quipola.
Comer churrasco
e beber coca-cola!
Pergunta ao João
ele sabe a picada
ele sabe a morada
do meu barracão...
Pergunta ao João...
(paro por aqui... porque a emoção é bastante elevada!)
Estavamos em 1966 (penso)
tony araujo
in Mazungue
***
Outros poemas dedicados a estas festividades:
Em marcha lenta
o comboio lá vai...
Voltámos a Angola
numa doce oração...
aquecemos o coração
com a Senhora do Quipola...
A tal urbe abençoada,
com fulgor, em romaria...
pede à Senhora do povo
um esgar de calmaria...
desejo de mundo novo!!!
Em marcha lenta
o comboio lá vai...
Cada um faz a oração
à benção do vinho e do pão...
entre comes e bebes
a Festa esquenta...
tudo mais se inventa...
bailarico p'ros imberbes
há vivas ao mais folião...
há caçador de coração...
estamos no Quipola...
a assentar a meninice
a reunir a mocidade
a rever a traquinice
da tal palavra Saudade
da Menina-Mãe ANGOLA!!!
em marcha lenta
o comboio lá vai...
(recordando...)
Aileda (in Sanzalangola)
***
À Sr.ª da Quipola
Dia da nossa Senhora da Quipola
Que Moçamedense não esquece
Passem lá os anos que passarem
O nosso coração nunca arrefece
Surgem lembranças bem marcantes
Recupera-se o tempo da mocidade
Revive-se cada ano a lembrança
E rola uma lágrima de saudade
Mesmo á entrada da Cidade
Numa simples casinha amarela
Nossa Senhora vai abençoando
Quem passa ou entra na Capela
Era repouso de cada visitante
Na alegria ou revés para louvar
Era fonte do peregrino sequioso
Quando Nela, se queria sedentar
Era a festa, a romaria a procissão,
A homenagem à Senhora nossa Mãe
Por te sabermos nossa protectora,
Nunca te esqueceremos também.
Manuela Lopes
CURIOSIDADES
"....Sitio do Quipola, local da região de Moçâmedes, a seguir
ao Bero, onde vivia a tribo do soba Moeni-Quipola, que esteve presente
juntamente com o sobas Mossungo e Giraúl na recepção de boas vindas aos colonos
fundadores, chefiados por Bernardino Freire de Figueiredo Abreu e
Castro, que ali chegara , vindos de Pernambuco, Brasil, no dia 04 de Agosto
de 1849 .
"...A povoação indígena Mossongo Bittoto "... habita as praias e
valle próximo do forte: os seus mais notáveis chefes são os Sobas
Moeni-Qupola, (sem nenhuma importância entre os seus) e Giraúl,
este mais poderoso e mui respeitavel ancião, tem em
grande valia as relações com os Portuguezes, que igualmente o consideram pela
superioridade de sua posição. O seu dominio estende-se até a ponta do Norte da
bahia bastante povoada.
"...Em geral todos estes povos occupam-se pouco da gricultura,
semeam unicamente o indispensavel para a sustentação da vida, que mais empregam
em pastorar o gado que possuem em extraordinaria quantidade, no que fazem
consistir a sua maior riqueza, cuidadosamente guardada em lugares desconhecidos
dos outros povos do interior, quando por estes invadidas as suas povoações por
qualquer pretexto de guerra, em que pelejam só por se defenderem de seus
aggressores."
In "Demonstração geográfica e política do território portuguez na Guiné inferior que abrange o Reino de Angola, Benguela, e suas dependências .." escrito em Lisboa em 1846 por Joaquim Amtónio Menez, e publicado no Rio de Janeiro em 1848.
(Menez escreveu este texto às vésperas do início da colonização de Moçâmedes, Menez no desejo de chamar a atençào dos portugueses sobre as vantagens e recursos que a Metrópole poderia recolher do vasto e rico território de Angola, e lamenta que Portugal após a administração vigorosa e civilizadora de Pombal em pouco tempo tenha destruído as benéficas disposições que podiam tornar florescentes as Províncias d'além mar, que se estavam mal, pior ficaram, agravando a sua decadência. O autor esteve em Angola no ano de 1842, dezasseis anos após a sua última estadia no território, e ficou surpreendido com a decadência. Viajou na escuna Amélia que naufragou em Moçâmedes, esse célebre episódio que deu o nome à Praia Amélia. Percorreu pontos da costa até Luanda, que nessa altura apresentava já os sintomas de uma vida quase extinta. Acabou por regressar a Lisboa em 1845, atrozmente perseguido, devido ao conceito que fazia da administração e a vontade de prestar algum serviço à Nação.
In "Demonstração geográfica e política do território portuguez na Guiné inferior que abrange o Reino de Angola, Benguela, e suas dependências .." escrito em Lisboa em 1846 por Joaquim Amtónio Menez, e publicado no Rio de Janeiro em 1848.
(Menez escreveu este texto às vésperas do início da colonização de Moçâmedes, Menez no desejo de chamar a atençào dos portugueses sobre as vantagens e recursos que a Metrópole poderia recolher do vasto e rico território de Angola, e lamenta que Portugal após a administração vigorosa e civilizadora de Pombal em pouco tempo tenha destruído as benéficas disposições que podiam tornar florescentes as Províncias d'além mar, que se estavam mal, pior ficaram, agravando a sua decadência. O autor esteve em Angola no ano de 1842, dezasseis anos após a sua última estadia no território, e ficou surpreendido com a decadência. Viajou na escuna Amélia que naufragou em Moçâmedes, esse célebre episódio que deu o nome à Praia Amélia. Percorreu pontos da costa até Luanda, que nessa altura apresentava já os sintomas de uma vida quase extinta. Acabou por regressar a Lisboa em 1845, atrozmente perseguido, devido ao conceito que fazia da administração e a vontade de prestar algum serviço à Nação.
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